Burocracia criativa?!

Ontem uma aluna trouxe seu filho pequeno para iniciar-se no Kungfu. Como toda criança, movimentava-se e falava sem parar, exigindo algumas estratégias para que a aula pudesse ser conduzida – o que aconteceu, sem maiores dificuldades. Em determinado momento, o ingênuo jovem se sentiu no direito de ensinar “seus exercícios” para que pudéssemos praticar juntos e portanto, partimos para seu primeiro exercício (para o qual devo confessar, não tinha muitas expectativas positivas).- Que criativo...- foi o que pensei. Notei que o exercício era relativamente complexo e, apesar de obviamente não envolver técnicas marciais, desenvolveria qualidades necessárias para tanto. – Acertou por acaso – completei meu pensamento, estando errado pela segunda vez. O que se seguiu foi uma série de bons exercícios, considerando-se a idade do “professor”.

Analisando a questão, acredito que uma pequena parcela das idéias veio de suas poucas experiências sociais – jogos escolares, outros cursos, televisão. Mas o importante é que a parcela predominante veio de sua criatividade e ausência de barreiras em torno dela.
Os mestres têm a criatividade das crianças
Os estilos de artes marciais foram criados por pessoas que se basearam em informações já existentes para multiplicar a forma e intenção do que deveria ser feito. Os mestres que deram origem a novos estilos e práticas acreditavam em sua criatividade, mais do que em sua técnica (afinal o que eles possuíam veio da mente de outras pessoas). O novo (fruto da criatividade) melhor que o antigo.
Por que será que bloqueamos tanto nossa criatividade? Considerando que uma criança – sem as mesmas experiências, habilidades e recursos de um adulto – realiza feitos fantásticos, então onde não poderá chegar aquele que libera seu poder criativo?

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